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Pesquisa Data folha: 23 milhões de brasileiros convivem com facções e milícias no próprio bairro
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Publicado em 02/09/2024

Facções criminosas e grupos milicianos estiveram presentes em 14% dos bairros brasileiros nos últimos 12 meses, afetando mais de 23 milhões de pessoas em todo o país, de acordo com uma pesquisa do Datafolha.

ENTREVISTADOS

Embora a maioria dos entrevistados não tenha relatado contato direto com o crime organizado em seus bairros, os números indicam a magnitude da influência desses grupos. A pesquisa entrevistou 2.508 pessoas acima de 16 anos, em diversas cidades do Brasil, entre 11 e 17 de junho, com uma margem de erro de dois pontos percentuais.

FACÇÕES NO BRASIL

A presença de facções e milícias é mais comum em grandes cidades, capitais e regiões metropolitanas. O Brasil possui pelo menos 88 facções, conforme um mapeamento da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), que também reflete a atuação desses grupos dentro e fora das prisões.

O diretor-presidente do Fórum, Renato Sérgio de Lima, destacou que facções como o PCC e o Comando Vermelho controlam áreas estratégicas para o tráfico de drogas. Ambas as facções estão presentes em mais de 20 estados.

OS MAIS AFETADOS

Dois em cada dez moradores de capitais relataram a presença do crime organizado em seus bairros, enquanto nas periferias metropolitanas, o índice é de 17%. Em cidades do interior, o percentual é de 11%. Pretos e pardos, assim como os jovens, são mais afetados por esses grupos.

A pesquisa também abordou a presença de cemitérios clandestinos e desaparecimentos, com 8% e 6% dos entrevistados, respectivamente, relatando esses problemas. Esses casos são mais frequentes em grandes cidades e entre jovens e pretos.

Lima sugere que esses dados revelam uma realidade mais sombria, com homicídios não contabilizados nas estatísticas oficiais, evidenciada pelo estudo do Ipea e do Fórum, que estimou quase 6 mil homicídios não registrados em 2022. Ele alerta que o impacto do crime organizado está influenciando tanto o terror nas comunidades quanto a precisão das estatísticas de violência.

 

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